ABILIO, MAIS INFORMAL: "Passei anos usando paletó. Hoje, acho desconfortável" |
'O sucesso nos acomodou' Em entrevista exclusiva, Abilio fala do novo momento O que mudou na empresa desde dezembro passado? Foi dada muita liberdade aos dois presidentes anteriores, Cássio Casseb e Augusto Cruz? Qual a razão da mudança no grupo? Como isso afetou a empresa? |
SEXTA-FEIRA, DIA 22 DE agosto, 10 horas da manhã. O empresário Abilio Diniz entra em sua sala de reuniões na sede do Grupo Pão de Açúcar, região central de São Paulo. Minutos antes, ele ficara R$ 100 mil menos rico. Maureen Maggi acabara de conquistar a medalha de ouro no salto em distância na Olimpíada de Pequim - e o Pão de Açúcar, um de seus patrocinadores, havia prometido um prêmio extra em caso de vitória. Mas Abilio nem sequer tocou no assunto. Bem-humorado, metido em uma camisa pólo azul, calça jeans e tênis, pouco lembrava o empresário sempre vestido com ternos escuros bem cortados, camisas impecavelmente brancas e gravatas discretas e elegantes. "Passei anos usando paletó o dia inteiro", conta ele. "Hoje, quando preciso vesti-lo, acho desconfortável.
MENINO, COM OS PAIS, E NO JUMBO, NOS ANOS 80. "SOU UM BOM ATIVO DO GRUPO", DIZ ABILIO
A gola fechada da camisa me incomoda." A descontração de Abilio não parece pontual. Nos últimos tempos, o aspecto sisudo que sempre o caracterizou foi sendo substituído por uma atitude mais jovial, segundo diversas pessoas de seu convívio ouvidas por DINHEIRO. "Ele está em outro nível de autoconhecimento e preparo emocional. Não é só discurso. Quem trabalha com ele assiste a esse processo. Ele se motiva com o crescimento dele e da empresa", afirma Maria Aparecida Fonseca, a Cidinha, diretora de recursos humanos que deixou o grupo depois de 24 anos de casa. "Ele não tem vergonha de admitir que vive em outro momento."
A jornada de trabalho continua dura, mas ele tem hoje outras fontes de satisfação. "Estou fazendo um monte de coisas que nada têm a ver com negócios. Não posso escrever um livro e falar sobre as coisas em que acredito se estiver vivendo de forma diferente", afirma ele, referindo-se a Caminhos e Escolhas - O Equilíbrio para uma Vida mais Feliz, obra de sua autoria lançada quatro anos atrás. "Não dá para viver tenso e cabisbaixo. É preciso buscar uma forma alegre de se viver." Abilio tem procurado - e encontrado - formas de expressão para esse novo momento em sua vida. Recentemente ele concluiu três episódios-piloto de um programa de tevê apresentado por ele. Ainda está em fase de testes, mas o título parece ser definitivo: "Escolhas, com Abilio Diniz". Com duração de cinco minutos, possui temas variados, mas sempre abordando assuntos referentes a qualidade de vida e bem-estar. Um deles fala sobre carboidratos. Outro discorre a respeito de amor. E o terceiro discute como dizer não no ambiente de trabalho e na vida pessoal. "Escolhas" pode ir ao ar em algum canal de tevê ou pela internet. "Isso dá um trabalho, nossa!", comenta Abilio. "São horas e horas de gravação para chegar nisso."
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